Por Lucas Bon Seabra e Thalia de Sousa Pereira
À medida que causamos danos negativos ao ambiente, muitas vezes é difícil compreender ou prever os impactos causados à saúde humana. As poluições da água, atmosférica, o desmatamento conferem grande risco a saúde da população.
A Organização Mundial da Saúde estima que 23% de todas as mortes do planeta estão ligadas a “riscos ambientais” como poluição do ar, contaminação da água e exposição a produtos químicos.
Em torno de 2 bilhões de pessoas bebem água com presença de fezes, o que causa diversos problemas como, cólica, vômito, febre, entre outros, podendo ser ainda mais grave em crianças e idosos. Em todo o ano morrem 4,2 milhões de pessoas por doenças provenientes da má qualidade do ar, isso faz sentido já que 90% das pessoas vivem em locais onde o ar não é saudável para respirar. Essas doenças não afetam apenas a área respiratória, a má qualidade do ar pode gerar problemas no cérebro e no coração.
Como a má qualidade do ar também afeta o cérebro, ela pode influenciar no desenvolvimento de Alzheimer e Parkinson, além de prejudicar o desenvolvimento do cérebro, reduzindo o QI de toda a população.
A destruição do meio ambiente também acaba trazendo animais selvagens para próximo de nós, isso pode afetar nossa saúde pois podemos pegar novas doenças através desses animais, já que mais da metade das doenças que temos provém de outras espécies.
Além de todo dano a nossa saúde, a degradação do meio ambiente também afeta a produção de medicamentos. Como muitas plantas e animais estão correndo risco de desaparecerem, os medicamentos produzidos com elas também correm esse risco. Num cenário otimista eles seriam mantidos vivos em estufas que simulem o ambiente necessário para elas, o que encareceria o medicamento.
Com nossa saúde ficando cada dia mais frágil devido a poluição, doenças oportunistas se tornarão mais comuns. Doenças que hoje são um risco para idosos e crianças podem virar um perigo para todos.
Conforme o artigo “saúde e sustentabilidade” de José Eli da Veiga, professor do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP, investiga a relação entre saúde, ser humano e os “ecossistemas naturais” concebendo uma análise crítica a respeito da recente concepção teórica sobre “saúde planetária”.
O termo “saúde planetária” é um campo de pesquisa emergente que busca compreender os efeitos do crescimento populacional e aceleração das atividades socioeconômicas sobre o ambiente que, ao causar perturbações nos ecossistemas naturais, impactam na saúde e no bem-estar humano. Em suma, a saúde planetária é a saúde da civilização humana e o estado dos sistemas naturais dos quais nós dependemos.
Veiga mostra que em 1990 a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou a Saúde Ambiental como um novo campo da Saúde Pública, sem levar em conta os setores sociais e culturais. Na perspectiva da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a saúde pública tem como objeto de trabalho os problemas de saúde, as mortes, as doenças, os agravos e os riscos da coletividade. Já a saúde coletiva toma como objeto evitar as doenças, prolongar a vida, melhorar a qualidade de vida e, permitir o exercício da liberdade humana pela busca da felicidade.
Perceba que a saúde humana está diretamente ligada com a saúde planetária, e para o alcance do padrão máximo de saúde, bem-estar e equidade depende principalmente da política, do sistema social e econômico de cada país. Portanto, é necessário alinhar o desenvolvimento sustentável com essas três esferas e a preservação do meio ambiente, caso contrário, mais doenças complexas irão surgir.
Falar em saúde planetária é não esquecer que o futuro do planeta pode ser mudado apesar dos avanços da engenharia genética e da Inteligência Artificial, que para Veiga “estão na lista das muitas ameaças à persistência dos humanos” já que o prazo de validade humano será bem inferior.
Então podemos concluir que precisamos, com urgência, cuidar melhor do meio ambiente, pois isso é o mesmo que cuidar de nós mesmos.
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