Por Thalia de Sousa Pereira
Historicamente falando, crises mundiais relacionados à saúde sempre influenciaram na arquitetura residencial. Durante a Idade Média por exemplo, as casas não tinham muita entrada de luz solar e as ruas eram como becos bem estreitos, porém com a chegada da peste bubônica, os espaços públicos foram se modificando ao longo do tempo, para que as residências pudessem receber melhor a iluminação natural, conforme afirma Sérgio Lessa, coordenador de Arquitetura do Centro Universitário de Belas Artes de São Paulo.
Desta vez, com os impactos da pandemia devido ao COVID-19, necessitamos passar mais tempo em casa. Cada vez mais pessoas estão atribuindo outro valor ao lar com o home office e o reforço da higiene nos ambientes.
De acordo com a análise comparativa nas buscas do Google realizada pela ferramenta Trends, entre o mês de maio e o mês de julho do ano de 2020, ocorreu um aumento de 77% para 100% nas pesquisas de construção no Brasil. Já na cidade de Maringá – Paraná, houve um crescimento de 25%.
As novas tendências sugerem ambientes amplos e integrados com a natureza e adaptados ao lazer e ao trabalho com higienização espacial facilitada.
Arquiteta Thalia Sousa
1. Ambientes de higienização
Como as questões sanitárias estão sendo cuidadosamente revisadas nas residências, a ideia é que logo surjam residências com espaços de transição entre o “fora e dentro” de casa. Hábitos como retirar os calçados, roupas e lavar as mãos ao chegar da rua necessitarão ter uma atenção especial, já que, novas contaminações de vírus e bactérias poderão surgir.
2. Espaço para entregas delivery
Estima-se que haja novos dinamismos de entregas externas nas construções, logo o entregador pode receber um espaço de entrega do produto, criando uma logística do “externo para o interno” evitando maior contato.
3. Home Office
Uma demanda que já vem aumentando, mas que tende a se intensificar com a nova realidade que segue é o uso do home office (escritório em casa). Dessa forma, as casas tendem a ter espaços mais reservados para permitir horas de trabalho com iluminação adequada e plano de fundo adequados para exposições audiovisuais.
4. Plantas nos ambiente internos
Os cuidados com a saúde terão mais atenção, portanto a regra agora é saber a procedência dos alimentos com uma pequena horta, além de plantas que purificam o ar do ambiente e permitem contato com a natureza.
5. Refúgio ao lazer
A casa agora precisa ofertar um refúgio para exercícios e lazer, logo, varandas e quintais bem iluminados que oferecem contato com o ar livre e a natureza serão ainda mais valorizadas. Cabe enfatizar que, tais combinações reduzem gasto energético com ar-condicionado, melhora da qualidade do ar e confere mais saúde, além de que as crianças terão espaço para brincar. Ambientes integrados com a natureza também farão parte das próximas tendências.
6. Materiais/Revestimentos
Em termos de decoração e mobiliário, os materiais terão de ser mais confortáveis, logo, texturas, firas e cerâmica deverão promover um contato mais sensitivo a fim de proporcionar maior conforto. Ressaltando que os revestimentos terão que ser mais fácil de limpar, não só por praticidade, mas também por questão de saúde.
7. Consumo consciente
Como as pessoas estão neste momento produzindo o que podem em seus lares, o consumo será mais avaliado. Dito isso, as compras decorreram da necessidade, logo, o consumo desenfreado tende a diminuir assim como o estilo de vida para melhor reduzir os impactos ocasionados ao meio ambiente.
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