Por Thalia de Sousa Pereira
Para elaborar um projeto, a arquiteta da Fysis sempre parte de alguns princípios fundamentais: as necessidades do local, das pessoas que utilizam o espaço, as condições que o imóvel oferece, o que pode ser reutilizado e, principalmente, qual cultura deve ser enaltecida. Na Fysis, cada projeto é concebido para ser um imóvel que ensina, inspirado na tradição dos antigos egípcios. A arquiteta opta por incorporar de forma sutil os ensinamentos ancestrais africanos, que antes eram deixados escritos nas paredes, destacando hoje a cultura indígena.
A arquiteta Thalia de Sousa Pereira, trouxe à vida um projeto inovador e culturalmente rico para a Associação Indigenista de Maringá (ASSINDI), fundamentado nos princípios da cosmovisão indígena. Com uma profunda reverência pela cultura e tradições dos povos indígenas, Thalia incorporou os conceitos de Kamé e Kainru, elementos essenciais dessa filosofia.
Kamé e Kainru representam forças complementares na cosmovisão indígena, simbolizando a dualidade e equilíbrio presentes na natureza e no universo. Kamé refere-se à força da morte, transformação e renovação, enquanto Kainru simboliza a vida, crescimento e continuidade. Thalia utilizou esses conceitos para criar um espaço que não apenas serve às necessidades funcionais da ASSINDI, mas que também celebra a harmonia e interdependência da vida, essencial à cultura indígena.
A integração desses princípios resultou em um projeto que valoriza a sustentabilidade e a conexão com a natureza. Materiais ecológicos e locais foram utilizados, refletindo o respeito pela terra e pelos recursos naturais. O design do espaço foi pensado para maximizar a iluminação e ventilação naturais, promovendo um ambiente saudável e equilibrado.
A cosmovisão indígena, que vê o universo como uma teia interconectada de vida, orientou cada decisão de design. Thalia incorporou elementos arquitetônicos que simbolizam essa interconexão, como formas orgânicas e espaços abertos que promovem a circulação e a comunhão com o ambiente natural. A arquitetura, assim, torna-se um meio de educação e reflexão, onde cada detalhe conta uma história e transmite um ensinamento.
Ao enaltecer a cultura indígena, Thalia de Sousa Pereira criou um projeto que é, ao mesmo tempo, um tributo à ancestralidade e uma visão de um futuro mais sustentável e integrado. A sede da ASSINDI não é apenas um local de trabalho e reunião, mas um símbolo de respeito e valorização das tradições indígenas, oferecendo um espaço onde passado e presente se encontram para inspirar as gerações futuras, e esse é o foco principal do projeto. Nas palavras da Arquiteta, “É preciso conhecer o passado para entender o presente e construir um futuro melhor”.
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