Durante nossas vidas passamos muito tempo em ambientes fechados, tal aspecto influencia diretamente no emocional dos seres humanos impactando significativamente no nosso comportamento. Felizmente o estudo da psicologia ambiental originalmente intitulado como “psicologia da arquitetura” proveniente do final da década de 50, vem desenvolvendo pesquisas para correlacionar o comportamento humano e suas interações no espaço, cujo objetivo é atender a necessidade dos arquitetos em compreender as carências dos usuários que ocupam ambientes construídos (LANGDON, 1996).
A complexidade da arquitetura em estabelecer harmonia e conforto no dia a dia do usuário leva em consideração muitos fatores que coincidem com o caráter multidisciplinar da psicologia ambiental tendo como exemplo a luz e a ventilação, também há contribuições em diversas áreas como a psicologia, a geografia humana, a sociologia urbana, a antropologia e outras áreas de planejamento. Conforme o professor da NewSchool of Architecture and Design de San Diego, especialista na área da psicologia ambiental, a psicologia do espaço é a disciplina que proporciona “o estudo do comportamento humano em suas inter-relações com os ambientes naturais e construídos”. O local ao qual habitamos está sendo absorvido pelo nosso subconsciente constantemente, motivando diferentes sensações e emoções, logo, o design exerce uma profunda relação com a psique humana, é por isso que nós arquitetos devemos nos responsabilizar em buscar e levar soluções que promovam o bom relacionamento dos usuários com o espaço, não apenas físico, mas também mental.
Historicamente falando, a arquitetura deixou de ser apenas um artigo de luxo e passou a ser sinônimo de funcionalidade, porém, desde a revolução industrial o espaço que comporta pessoas vêm sendo tratadas como uma linha de produção o que dificulta conferir a devida atenção aos variados desejos e anseios. É notório que a partir desse período histórico a verticalização e o aumento exponencial das pessoas nas cidades que necessitavam de recursos para sobreviver tornaram as residências em unidades cada vez mais compactas para atender a uma lógica produtivista, mas com as visões artísticas e principalmente o advento da psicologia ambiental passamos a ter mais consciência das implicações psicológicas provocadas pelo espaço no comportamento humano.
A arquitetura trabalha com o âmbito físico espacial da vida humana, portanto, há fatores que precisamos ter consciência para alcançar noções de equilíbrio, proporção, simetria, ritmo e principalmente sensações de tranquilidade e harmonia. Muitas dessas características envolvem a segurança dos usuários, a sociabilidade, a facilidade de orientação e outros estímulos sensoriais como as condições de iluminação, ventilação, cores e texturas. Cabe salientar que determinadas características podem provocar ansiedade, equilíbrio e serenidade, não há fórmulas específicas de como fazer isso, já que cada ambiente possui suas próprias características e cada pessoa possui necessidades distintas, acontece que nem sempre somos responsáveis por nossas reações e acabamos agindo sem saber realmente o porquê, como diz o professor de psicologia ambiental do Massasoit Community College de Middleborough, Massachusetts “ muitas dessas características ambientais não podem ser vistas ou aprendidas por nossos sentidos, mas ainda assim, são capazes de influenciar diretamente o nosso comportamento e humor”.
Como a psicologia ambiental depende muito dos fatores psicológicos de cada indivíduo, nós da Fysis, acreditamos que unindo a psicologia com a arquitetura espacial, podemos alcançar melhores resultados quanto ao bem estar emocional de cada indivíduo, para tanto, é necessário captar a as necessidades emocionais do usuário.LANGDON, F. J. Modern offices: a user survey, London: HMSO, 1966.
HARROUK, Christele. "Psicologia do espaço: as implicações da arquitetura no comportamento humano" [Psychology of Space: How Interiors Impact our Behavior? ] 06 Abr 2020. ArchDaily Brasil. (Trad. Libardoni, Vinicius) Acessado 15 Set 2020.MELO, Rosane Gabriele C. Psicologia ambiental: uma nova abordagem da psicologia. Psicol. USP v.2 n.1-2 São Paulo 1991.
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